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O objetivo desta coletânea é apresentar alguns trabalhos de professoras-pesquisadoras de LE que têm como objetivo de pesquisa responder a perguntas que também tantos outros pesquisadores-professores se fazem. Cada um dos artigos expõe uma dificuldade, trata de uma pergunta específica com relação a algum aspecto do processo de ensino/aprendizagem de Língua Estrangeira e a analisa e interpreta a partir de um ponto de vista teórico. O artigo de Yokota apresenta um panorama das teorias sobre aquisição/aprendizagem de Língua Estrangeira, dando ênfase aos pesquisadores que abordaram a interlíngua como objeto de estudo. Menezes critica os modelos teóricos de aquisição/aprendizagem de LE e propõe um modelo fractal à luz do pensamento complexo. Já Scutti propõe uma reflexão que leva o leitor-professor a (re)pensar o binômio erro-correção O texto de González analisa o aparecimento de um conjunto muito grande de construções que envolvem o emprego de uma forma pronominal plena ou nula na interlíngua de aprendizes de espanhol, adultos, falantes do português brasileiro. La Corte Rodrigues propõe uma hipótese de como os estudos da Pragmática e da Análise do Discurso contribuem para esclarecer alguns aspectos do processo/fenômeno da A/A de LE. Castelano Rodrigues, em seu artigo, relativiza sobre o que significa dizer que os aprendizes brasileiros "têm problemas" para usar o imperativo em espanhol. Fonseca lança hipóteses sobre o porquê de os alunos apresentarem dificuldades com o Present Perfect do inglês. Ventura reflete sobre a viabilidade da escolha de um espanhol standard para o ensino de espanhol LE, tendo como foco os pronomes de tratamento. Arruda analisa a capacidade dos aprendizes de produzirem textos contra-argumentativos coerentes em espanhol LE. O texto de Bruno reflete sobre a dificuldade de ensinar determinados conteúdos gramaticais que não mantêm vínculo com o conteúdo comunicativo e funcional de um curso de espanhol LE. Por último, Amaral convida os professores universitários a avaliarem o processo de ensino-aprendizagem em que estão inseridos sob a óptica de um novo conceito de "conhecimento" intensificando sua busca pela qualidade total. Os artigos reunidos neste livro trazem à tona a possibilidade de uma visão multifocal do processo de aquisição/ aprendizagem de línguas estrangeiras e das formas de ensiná-las e, nesse sentido, sua proposta central de reflexão e prática sobre o ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras se assemelha ao “jogo dos palitinhos”, no qual cada movimento localizado representará mudança(s) no processo global.

Outras obras da mesma editora sobre o espanhol são: "Português e espanhol: línguas próximas sob o olhar discursivo", de Adrián Pablo Fanjul (2002, ISBN 858863803-7). A obra apresenta estudo da proximidade / distanciamento entre as línguas portuguesa (do Brasil) e espanhola (da Argentina) com o diferencial de tratar a relação diferentemente daquele que tem sido o seu ponto mais focalizado: o contraste léxico-gramatical, feito em geral da perspectiva da lingüística contrastiva. A análise dos processos enunciativos fornece uma visão da ‘proximidade lingüística’ nas situações de contato a partir da discursividade e leva o leitor a refletir sobre o espanhol e o português como línguas estrangeiras e sobre os efeitos resultantes das situações em que falantes de uma das línguas entram em contato com a outra.

De Fátima Cabral Bruno é "Ensino de Espanhol: a construção da impessoalidade em sala de aula" (2004, ISBN: 858863806-1). Este livro oferece, a alunos, professores e pesquisadores da linguagem, um estudo da interlíngua de um grupo de estudantes de espanhol como língua estrangeira que têm como língua materna o português brasileiro. Apresenta quais fatores incidiram sobre a compreensão daquilo que na língua espanhola se conhece pelo nome de impersonalidad e propõe o trabalho em sala de aula com alunos na posição não mais de falante, mas sim de compreendedor.

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